Que vida simples! Perfeita e feliz!
Tinham tudo a mão, dia a dia comendo e mergulhando.
Habitavam águas calmas, se cansadas dormiam.
Confortavelmente em bancos de areias.
Sempre em colônias, primando pela boa convivência,
não importa o que as outras faziam, nem olhavam mas aplaudiam.
Se uma gritava, não se importavam , aplaudiam.
Se outra se feria, estava em agonia, sem olhar,
simplesmente aplaudiam.
Se ouviam um grito distante de uma semelhante perdida,
também aplaudiam.
Se uma orca alguma delas almoçava, nossa que espetáculo!
Aplaudiam afinal, nenhuma se importava, mas todas aplaudiam.
Mas enfim para que ser preocupar, se tinha peixe sol e mar.
Pra que se importar.
Assim ficavam felizes e faceiras, nadando e comendo, comendo e nadando, lado a lado.
Não querem mais nada da vida, aplaudiam tudo.
Mesmo não compreendendo porque,
Mesmo sem saber para que...
Mas importa isso?
Afinal o que importa são os aplausos.
Invisível entre elas, mas elas têm que bater palma
Assim seguem comendo e nadando, nadando e comendo,
E aplaudindo.
Su Aquino e Ricardo Vichinsky
